Pouquíssimas pessoas contemplam a arte da banalidade, menos ainda a beleza naquilo
que se enquadra em nossos conceitos de fétido e anárquico. Desperdiçamos a todos os instantes oportunidades de extrair um sentido estético ou sensibilizador nas cenas que
são as mais características em uma metrópole: o caótico, o sujo, o marginal e o
industrial.
Neste portal decaído da rua Floresta, entre os números 53 e 54, reflete-se o fim de uma
outrora construção imponente que hoje abriga a mendicância e os registros "underground".
Em alguns meses, poderá nascer ali um soberbo prédio de elite ou uma futura igreja. Nada
é mais marcante em uma cidade do que essa eterna mutação.
Em meio a um portão camuflado de ferrugem, caixas de leite em contato com o chão e
muros tingidos pelo mofo, só se pode encontrar um item que é limpo: o horizonte.
Singela expectativa para nosso futuro. A esperança, no caso, é da cor azul.
Um comentário:
Bela Foto!
Belo Texto!
Belo Dia!
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