segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vinte Onze

Enfim eu me escrevo de volta. Hoje eu me dispus a mais uma vez restabelecer a formalidade de escrever para min mesmo. Pensar que este blog é lido por muitos ou que ele receba avalanches de likes da massa burguesa descolado-conectada deste país emergente seria no mínimo uma síndrome de pretensão. Na verdade isso não me importa. O prazer de transformar estas páginas na enxurrada digital da minha consciência é algo que sem dúvida vale a pena.

Foi praticamente um ano sem escrever. A era 2011 passou em branco nestas páginas. Mas não nas paginas da minha vida. Já disse algumas vezes que postagens escassas são sinal de vida real mais intensa. Isto não é uma regra absoluta é claro porém, é o que me acontece na maioria das vezes. Em uma era com excessos de informação e anseios nossa dedicação acaba ficando diluída. Não precisava ser assim. É lógico que as prioridades relativas ao que fazemos devem partir da administração do tempo.. Ao se organizar tudo é possível mas enfim. .. na prática é diferente. Às favas com o pensamento Fafichesco! Sempre retórico e metafísico. Em era de velocidade digital e praticidade pós moderna o que se assenta no mundo é o pensamento de Mauler. A lógica Mauleriana é a triunfante. E se ela ainda não se impôs como absoluta e amplamente seguida é porque ela ainda não se fez perceber; mas ela vai se fazer. Silenciosamente. Caso você ai, moleque imbecil, não conhece o Mauler vá atrás dele e passe a conhecer o futuro.

O meu 2011 foi intenso. Curtíssimo..

É até difícil traduzir sucintamente a avalanche de coisas que se sucederam neste ano singelo. Ano em que profissionalmente surpreendi a mim mesmo. Ano em que meu estresse pipocou, em que senti na pele o que é ser perseguido, ano em que eu soube recomeçar, soube o que é ter esperança, ter desesperança e em seguida ter esperança de novo. A prosperidade que sonhei veio em dobro, e o trabalho em triplo. No entanto, se engana quem pensar que o “ganhar mais dinheiros” me fez mais feliz. O empenho em me dedicar ao trabalho e a busca de realizações muitas vezes me impediu de viver com mais intensidade e usufruir dos prazeres que poderia ter usufruido. Malditos trad-offs. Ao faxinar minhas memórias posso listar algumas coisas ruins deste ano como por exemplo o estresse que passei ao depender dos ditames burocráticos da Universidade, do medo de não acertar minha vida acadêmica, dos calafrios que me geravam o simples som da palavra RH, a raiva por não ter tempo de praticar exercícios e a inveja que senti daqueles que mesmo gordos e fudidos na vida eram mais alegres que eu. Melhor que isso é relembrar todas as coisas maravilhosas do ano como: os prazerosos raios de sol iluminando a visão de um quarto novo, os sorrisos da Jane, a cachaça de Ouro Preto, o reconhecimento da minha dedicação, a satisfação com o sucesso do Braite, a sensação de vitória ao conseguir me manter em uma posição que muitos queriam me tomar, a maravilha de viagem que fiz em Tiradentes, a companhia preciosa, ainda que curta, de senhores como Massula, Roberto ou do Pardini. Ou o prazer de ter passado o natal em uma companhia mais valorosa do que posso descrever. Tudo isso são amostras do que se passou de importante. São pequenos toques que por mais simples que sejam foram capazes de me transmitir o sentimento de que a vida valia a pena nos instantes em que ocorreram. ..Enfim, isso já ficou longo. Acho interessante concluir me lembrando da chegada de 2011. Passei a virada do ano em um quarto de hotel em Brasília. No coração do pais se concentra a mais alta renda per capta da nação e talvez isto tenha servido como um bom agouro para atrair a tão sonhada prosperidade econômica no ano q se seguiu. O misticismo do planalto central é apenas um dos fatores interessantes daquelas paragens. Foi sem duvida uma viagem corajosa. Uma mochilada de supetão, sem pensar muito e que valeu a pena. Enquanto embarcava no ônibus escrevi algumas notas que postarei a seguir. Para aquele que ousar ler isso.. bom apetite.