terça-feira, 30 de abril de 2013

Wireless


“ - Alô, Mauler.
     Beleza ?

 -  Eae Beleza cara.
     Posso falar no fone agora não. To cagando. Conversa comigo agora pelo Face. Falou.”
 


A primeira frase com que se inicia um texto é sempre a mais difícil de ser construída. Estando agora na segunda frase, sinto-me confortável em digitar estes pensamentos.

A comunicação foi a chave para inúmeras conquistas das sociedades humanas. Habilidades cerebrais e polegares opositores causariam pouco impacto se por ventura possuíssemos entraves comunicativos. É a transmissão da informação que sacode o mundo.

Os dons e as descobertas de gênios se esgotam em si mesmas quando não divulgadas eficientemente.  Pobres de nós quando não recebemos as informações que a vida dissemina. Transmissão e entendimento são portanto, o substrato em que o conhecimento se  propaga. Sem isso somos menores e impotentes, somos a barata sem antenas.

A geração atual entende o quão amplas são as oportunidades e as possibilidades que ela tem diante de si pelo fato de que as antigas gerações não possuíram tanta acessibilidade à  informação quanto a proporcionada na era em que vivemos. A comunicação de hoje rompeu paradigmas que a aprisionavam e estancavam seu alcance. Graças aos inúmeros Paulos que surgem neste vibrante novo século a comunicação, montada na liberdade galopante e inconseqüente, trafega por vias que desconhecem a divisão entre periferia e centro, subsolo ou porão, Savassi ou Piratininga. Comunicabilidade e informação bailam atualmente felizes por entre céus espaçados e imunes à prisão dos cabos, tal como a prostituta que desfila soberana pela noite sem a coleira de qualquer compromisso que a impeça de ser de qualquer um.

Falar do Paulo é o mais fértil dos assuntos. Foi importante termos chegado a este ponto. Paulo Mauler é inegavelmente um fértil assunto. Não por ele ser atraente, não por ele ser bonito mas, pelo fato dele ser icônico. Sim, ele é o ícone da maior era de transição dos últimos tempos. A grandeza do que ele representa acaba por torná-lo belo, mais do que ele imaginaria. Ninguém traduz tão bem o espírito do novo. Ninguém representa tão bem o novo que quer pisar o antigo. Ninguém quer tanto quebrar disquetes quanto ele. E ninguém sabe tão bem a necessidade de quebrá-los como ele sabe.

Viver é fazer história. Mas história que vale a pena ser feita, é aquela que desafia a tradição. Desafiar uma mentalidade antiga é um dos legados advindos desta nova amplitude das comunicações.

É justamente no Paulo, este homem de pele pálida e barba crespa, que tem o gene do sertão e as digitais calejadas que eu posso ver o que o futuro reserva. Ele é o anunciante dos novos estereótipos humanos, que não serão lentos e nem tão pouco ignorantes. A agilidade, tanto de cliques quanto de ver as coisas, o torna este ícone representativo e autêntico dos novos tempos. Nenhum título lhe cai tão bem quanto o de patativa do norte. Ave que com seu canto traz o novo. Diferente das patativas tradicionais ele não entoa a informação com o cantarolar sublime das auroras, mas com o toque corrido feito por ele nas teclas de um periférico. Se eu possuí-se alguns alinhavos desta genialidade, não temeria tanto o futuro.
A bússola sem dúvida aponta para o Paulo. Não só pelo seu magnetismo pessoal, mas principalmente por ele estar no ponto mais boreal que uma cidade pode conceber.


  "O problema com os programadores é que você nunca pode dizer o que  um   programador está fazendo até que seja tarde demais."
 Seymoure Gray

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