“ - Alô, Mauler.
Beleza ?
- Eae Beleza cara.
Posso falar no
fone agora não. To cagando. Conversa comigo agora pelo Face. Falou.”
A primeira frase com que se
inicia um texto é sempre a mais difícil de ser construída. Estando agora na
segunda frase, sinto-me confortável em digitar estes pensamentos.
A comunicação foi a chave para
inúmeras conquistas das sociedades humanas. Habilidades cerebrais e polegares
opositores causariam pouco impacto se por ventura possuíssemos entraves
comunicativos. É a transmissão da informação que sacode o mundo.
Os dons e as descobertas de
gênios se esgotam em si mesmas quando não divulgadas eficientemente. Pobres de nós quando não recebemos as
informações que a vida dissemina. Transmissão e entendimento são portanto, o
substrato em que o conhecimento se
propaga. Sem isso somos menores e impotentes, somos a barata sem
antenas.
A geração atual entende o quão
amplas são as oportunidades e as possibilidades que ela tem diante de si pelo
fato de que as antigas gerações não possuíram tanta acessibilidade à informação quanto a proporcionada na era em
que vivemos. A comunicação de hoje rompeu paradigmas que a aprisionavam e
estancavam seu alcance. Graças aos inúmeros Paulos que surgem neste vibrante
novo século a comunicação, montada na liberdade galopante e inconseqüente, trafega
por vias que desconhecem a divisão entre periferia e centro, subsolo ou porão,
Savassi ou Piratininga. Comunicabilidade e informação bailam atualmente felizes
por entre céus espaçados e imunes à prisão dos cabos, tal como a prostituta que
desfila soberana pela noite sem a coleira de qualquer compromisso que a impeça
de ser de qualquer um.
Falar do Paulo é o mais fértil
dos assuntos. Foi importante termos chegado a este ponto. Paulo Mauler é
inegavelmente um fértil assunto. Não por ele ser atraente, não por ele ser
bonito mas, pelo fato dele ser icônico. Sim, ele é o ícone da maior era de
transição dos últimos tempos. A grandeza do que ele representa acaba por torná-lo
belo, mais do que ele imaginaria. Ninguém traduz tão bem o espírito do novo.
Ninguém representa tão bem o novo que quer pisar o antigo. Ninguém quer tanto
quebrar disquetes quanto ele. E ninguém sabe tão bem a necessidade de
quebrá-los como ele sabe.
Viver é fazer história. Mas história
que vale a pena ser feita, é aquela que desafia a tradição. Desafiar uma
mentalidade antiga é um dos legados advindos desta nova amplitude das
comunicações.
É justamente no Paulo, este homem
de pele pálida e barba crespa, que tem o gene do sertão e as digitais calejadas
que eu posso ver o que o futuro reserva. Ele é o anunciante dos novos
estereótipos humanos, que não serão lentos e nem tão pouco ignorantes. A
agilidade, tanto de cliques quanto de ver as coisas, o torna este ícone
representativo e autêntico dos novos tempos. Nenhum título lhe cai tão bem
quanto o de patativa do norte. Ave que com seu canto traz o novo. Diferente das
patativas tradicionais ele não entoa a informação com o cantarolar sublime das
auroras, mas com o toque corrido feito por ele nas teclas de um periférico. Se
eu possuí-se alguns alinhavos desta genialidade, não temeria tanto o futuro.
A bússola sem dúvida aponta para
o Paulo. Não só pelo seu magnetismo pessoal, mas principalmente por ele estar
no ponto mais boreal que uma cidade pode conceber.
"O problema com os programadores é que você nunca pode dizer o que um programador está fazendo até que seja tarde demais."
Seymoure Gray
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