Meados de setembro e os Ipês desnudos de folhas soltam as suas últimas flores. Uma a uma vão caindo sutis. Os galhos grosseiros, que há um mês atrás se emolduravam com cores e buquês, agora se envolvem na nudez. As flores que restam são poucas e anunciam que tal beleza tornar- se -á uma mera intenção. Uma mera expectativa que só se despertará no ano que vem.
Na minha frente, caiu a última flor amarela de um galho engarranchado. Ela desceu sublime em um bailado sutil que zombou da lei de Newton. Ao tocar a calçada que milhares pisam, nenhum som foi ouvido.
A verdade é que as flores não caem em silêncio! Elas tocam o chão ao som de uma sinfonia complexa de mais para que possamos ouví-la.
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