quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Enquanto um dorme, alguém fica acordado.

A idéia de que nossas casas e quartos caiados de branco e rebaixados com gesso são completamente limpos e protegidos de tudo aquilo que consideramos como asqueroso ou selvagem engana. E engana principalmente aqueles que não enxergam além da superficie; engana os inocentes que pensam ser fácil domar os ciclos biológicos com nossas paredes de alvenaria que por mais q pareçam intransponíveis frente a natureza nativa e a selvageria dos matos não passam, de caprichos perecíveis da nossa vaidade.

Nossos aposentos se infestam de um mundo vasto de espécies atraídas pelo abrigo da nossa companhia e pela fartura dos nossos restos. São milhares o número de ácaros que fornicam em nossos lençois e inúmeras as aranhas que plantam suas ovotecas em cada aresta de nossos móveis.

Escondidos dos nossos olhares durante o dia é ao cair das sombras que eles ficam ativos . Saem de seus esconderijos empoeirados debaixo da cama e se lançam a caça, ao sexo animal e a mais uma noite de atividade e correria.

Infelizmente o sono leve q venho tendo desde algum tempo me permite acordar ao minúsculo som de passinhos pelas paredes. Um bater de asas ou um zumbido ja me tiram da cama com neura. Imediatamente me levanto catando o jornal em busca daquilo q possa ser uma barata. Fico puto com baratas zanzando no quarto a noite. Certa vez acordei com uma roçando as antenas na minha cueca molhada e desde entao,não consigo mais dormir quando ouço algo que lembre uma barata voando.

Hj a noite veio o tão temido som. era o barulho estridente de um bater de asas e como a persiana estava fechada fiquei pensando como ela teria voado para dentro do quarto. Alguns animais não precisam voar de fora para dentro do quarto simplesmente ja vivem no quarto sem q nos demos conta. Um exemplo dissso é a lagartixa q todas as noites caminha pelas paredes. a partir das 20 horas ela pontualmente sai sa toca e fica percorrendo o quarto. é sagrado.

Pois bem,,ao ouvir o som de asas pulei da cama , acendi a luz para achar a maldita barata mas nao achei. na verdade era uma mariposa.Uma Lepdoptera parda e bege da subordem das heteróceras. Mas ela não estava voando pelo quarto , estava presa. Batia as asas na boca da lagartixa que a apertava feito um Delavega abraçado a garrafa de catuaba.

O contorcionismo q ela fez na persiana para abocanhar a mariposa q tentava atravessar a janela foi digno de um predador obstinado. Posso dormir confortável sabendo q alguem zela pelo meu sono combatendo as mariposas e os mosquitos. Agora ela pode receber o nome de "a sentinela".





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